sexta-feira, 27 de março de 2009

Escândalo derruba cúpula da policia de Paranavaí,

Escândalo derruba cúpula de Paranavaí
fonte: Parana on line

Enquanto na capital é grande o interesse para se saber o porquê da substituição do coronel Mello na chefia do Estado Maior da Policiai Militar, em Paranavaí uma nova denúncia de escândalo sexual derrubou a cúpula do 8.º Batalhão da PM.

O comandante, tenente coronel Antônio Olímpio Ramires Lima, o sub-comandante, capitão Hélio de Oliveira, e um instrutor do curso de formação de soldados, foram afastados dos cargos e responderão a procedimento administrativo, para que as denúncias sejam apuradas.

Três pessoas procuraram, na semana passada, o Comando do Policiamento do Interior (CPI), em Curitiba, para revelar que alunas soldados estavam sendo submetidas a assédio sexual desde o início do curso (em abril do ano passado) e que pelo menos três delas foram molestadas pelo comandante e pelo sub. Também denunciaram a ocorrência de “festinhas” semanais na sede do quartel, realizadas na sala da Rotam, unidade de elite da corporação.

Os maridos das alunas soldados tomaram conhecimento dos fatos e chegaram, segundo a denúncia, a agredir as mulheres. Uma delas, que nunca quis denunciar os abusos com medo de perder a farda, está desesperada e, conforme familiares, ameaça até se suicidar. Outro foi tirar satisfações dos oficiais, no quartel, e lá teriam dito que era um “sargento” que estava “dando em cima das mulheres”.

Problema antigo

O batalhão de Paranavaí, deve, no mínimo, ser afrodisíaco. Em 2007, outro comandante tenente coronel Marcos de Castro Palma também foi afastado após um escândalo sexual. Ele estaria tendo um caso com a mulher de um capitão, seu subordinado direto. Quando foi descoberto, teve que deixar a cidade às pressas, para não ser morto.

Assumiu o então major Lima, que depois foi alçado ao posto de tenente-coronel. Já naquela época muita gente ficou insatisfeita com a chegada de Lima, que tinha respondido a procedimentos administrativos e sido alvo de um extenso relatório datado de abril de 2005, que o denunciava como envolvido em casos que iam desde contrabando de armas e de cigarros, até extorsão, negociações irregulares com carros e motocicletas, desvio de dinheiro para combustível e até venda de vagas para um curso de Medicina de uma faculdade de São Paulo.

A Polícia Militar confirmou ontem o afastamento dos oficiais e informou que vai para lá a major Audilene Rosa de Paula Dias Rocha, que é sub-comandante do Batalhão de Maringá.


MEC QUER TROCAR O VESTIBULAR PELO ENEM


fonte: O DIARIO DO NORTE DO PARANA

Proposta é unificar o acesso às universidades federais por meio de um teste nacional, sem pegadinhas e perguntas 'decorebas'; professor de cursinho antevê possíveis problemas do novo sistema


Cada universidade brasileira define seus próprios critérios de admissão de estudantes, com suas próprias comissões de vestibular. Nos últimos anos, o Ministério da Educação (MEC) criou um instrumento que diminui o peso do vestibular no acesso às vagas no ensino superior, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Universidades de todo o País adotaram o Enem em conjunto com o vestibular, em maior ou menor grau, para definir quem entra na instituição.

Agora, o MEC vai além: propõe um novo Enem que substituiria totalmente o vestibular nas universidades federais. A proposta foi apresentada nesta quarta-feira para os reitores das instituições de ensino superior administradas pelo governo federal. No novo formato, o Enem seria unificado para todo o País e valeria como acesso para qualquer universidade federal, independentemente da naturalidade do estudante. O exame seria composto por uma redação e quatro provas de múltipla escolha: português, matemática, ciências naturais e ciências humanas.

A definição da vaga e da instituição dependeria do desempenho no exame nacional. O MEC afirma que a troca do vestibular específico pelo Enem geral substitui a "decoreba" e as pegadinhas dos vestibulares pelo conteúdo abordado ao longo do Ensino Médio.

Para o professor Ivan de Carvalho, do curso preparatório para vestibulares Imagem, em Maringá, o novo modelo será um fracasso se reproduzir a visão formatadora do ensino. “Existem vestibulares inteligentes, mas também há os burros: aqueles que cobram um conteúdo decorativo, como se o aluno fosse um balde, onde vários conceitos foram depositados ao longo do currículo escolar”, afirma Carvalho.

Para o professor, se o MEC fizer com o novo Enem o que é feito com o ensino público em geral, haverá prejuízo no sistema de admissão. “A escola considera que o aluno deve ser formatado, que não tem vontade própria e que deve receber uma série de verdades prontas”, considera Carvalho. “Se esse pensamento for levado para o novo exame, não vai melhorar em nada o sistema de seleção”, acrescenta.

Procurada para comentar o assunto, a Universidade Estadual de Maringá (UEM), por meio de sua assessoria de comunicação, informa que está buscando mais detalhes sobre o assunto, antes de posicionar-se oficialmente sobre o assunto. A proposta só será oficializada na próxima segunda-feira (leia mais nesta página). O reitor da UEM, Décio Sperandio, estava em viagem, mas a UEM deverá se posicionar sobre a proposta do MEC ainda nesta semana.

O exame do vestibular seria composto por uma redação e quatro provas de múltipla escolha: português, matemática, ciências naturais e ciências humanas. A definição da vaga e da instituição em que o aluno estudaria, caso quiser escolher, dependeria do desempenho no exame nacional



Formalização

Haddad formalizará a proposta de unificação do vestibular nas universidades federais, por meio de um novo Enem, na próxima segunda-feira, na Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) para que seja discutida nas universidades.

O ministro espera que o novo vestibular possa ser aplicado ainda esse ano, para ingresso dos alunos em 2010. “Esse assunto é discutido há décadas e nós estamos maduros o suficiente para dar um passo adiante e rever os nossos processos seletivos que hoje padecem de problemas graves. Eles sinalizam mal como deveria ser o currículo do ensino médio”, defendeu Haddad.

Segundo o ministro, o aluno não precisaria fazer vários vestibulares, mas apenas um que teria validade nacional. Haddad citou que modelo semelhante é aplicado nos Estados Unidos com a Scholastic Assessment Test (SAT), uma prova única que serve como ingresso para todas as instituições.

A proposta de Haddad é que o novo exame seja um meio-termo entre o Enem e o vestibular atual. “A forma do Enem perguntar é muito interessante, mas ele carece de conteúdos organizativos do ensino médio. O vestibular é fortemente conteudista, mas na maneira de perguntar distorce a realidade do ensino médio. Nós queremos ter um exame nacional que dê conta do conteúdo, mas de forma inteligente, que julgue a capacidade analítica dos estudantes e promova uma mudança na atuação em sala de aula do professor”, comparou Haddad.

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