quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

DIREÇÃO: um cargo de responsabilidade, competência e reconhecimento das diferenças



Na semana passada, no município de Nova Esperança/PR, houve eleição para decidir quem seriam os/as diretores/as das Escolas Municipais. Na ocasião, muita gente gostou do resultado e muita gente não gostou. Isso é comum na democracia (atual regime que vivenciamos).
O trabalho do/a diretor/a escolar é bastante complexo e exige inúmeras capacidades de quem for exercê-lo. Sobre suas atribuições, podemos citar que este representante da escola precisa atrelar o trabalho pedagógico com o administrativo. E sobre suas capacidades, é interessante mencionar que é necessário: liderança, competência, diálogo, acolhimento, reconhecimento das diferenças. SIM, reconhecimento das diferenças.
Não é necessário mencionar que o ambiente escolar é um dos ambientes os quais há maior diversidade?! Pois é, as escolas – principalmente as públicas, e vamos nos reportar a elas – são instituições as quais a diversidade humana se encontra, porém, é também um dos ambientes, a meu ver, mais excludente que existe. Vou explicar.
As escolas, hoje em dia, visam, em sua maioria, uniformizar as crianças e adolescentes. Não no sentido de impor uniformes, mas no sentido de fazer com que todos/as os/as frequentadores/as das escolas sejam iguais (em relação aos comportamentos, por exemplo). Sabemos que a igualdade é válida quando nos referimos às Leis e Direitos, porém, querer igualar as características humanas, ah, isso é um erro! Cada aluno/a tem suas características peculiares: etnia, origem, religião, condição financeira, orientação sexual. Sim! Orientação sexual. Essa é, também, uma característica humana e que DEVE SER RESPEITADA.
Assim, outra atribuição fundamental da direção escolar é elaborar planos diários para que as questões pedagógicas avancem, os recursos financeiros sejam bem aplicados e, ainda, que discentes, docentes, equipe escolar e comunidade escolar sintam suas diferenças reconhecidas e respeitadas no âmbito escolar.
O bullying é algo que está recorrente nos noticiários quando o assunto é Educação. Triste realidade! Como se não bastasse a falta de investimentos, professores/as cansados/as e doentes, falta de estrutura, ainda precisamos lidar com falta de respeito e violência. O que isso tem a ver com o/a diretor/a escolar? TUDO! O trabalho de aceitação ao próximo e reconhecimento das diferenças (o contrário causa o bullying e outras violências) precisa começar no/a diretor/a. Estes/as são exemplos e precisam, antes de tudo, deixar seus preconceitos de lado, seja a misoginia, racismo (etnismo), homofobia...
A Constituição da República Federativa do Brasil (1988), junto com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB9.394/96) primam pelo respeito ao próximo e reconhecimento das diferenças. Logo, sugiro a quem ganhou as eleições para a direção escolar neste município (e em outros) que se dispam de seus preconceitos e enfrentem a realidade de forma a respeitar ao próximo.
Lembro que em nossos diplomas (digo nossos porque também sou docente) não foi registrado: “Habilitado/a para lecionar e trabalhar somente com crianças e adolescentes brancos/as, cristãos/ãs, saudáveis, de classe econômica média, heterossexual”. Sendo assim, não há restrição: é preciso tratar de forma humana (me refiro aos Direitos Humanos) todas as crianças e todos/as adolescentes que frequentam a escola (e os/as que estão fora da escola também): meninos, meninas, negros/as, ateus/ateias, brancos/as, negros/as, japoneses/as, ricos/as, pobres, heterossexuais, homossexuais, bissexuais...
A discriminação – seja por qual motivo for – não pode ser aceita em âmbito escolar, pois essa é mais um tipo de violência. Violência essa que “resmungamos” a cada noticiário na Tv, mas que infelizmente pode iniciar dentro da escola, caso a equipe escolar não se organize para metas de apreciação do respeito.
Enfim, desejo aos/às novos/as diretores/as que realizem um bom trabalho, baseando-se sempre na premissa dos Direitos Humanos: RESPEITO. Caso não tenham facilidade em desenvolver esta capacidade, sugiro mudar de profissão.

MÁRCIO DE OLIVEIRA

Pedagogo. Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Professor Colaborador na Universidade Estadual do Paraná. Doutorando em Educação pela UEM.  

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

AUMENTO DO IPTU



AUMENTO DO IPTU: Na noite de hoje vai para apreciação dos vereadores uma lei do executivo municipal para aumento no valor do IPTU ( Imposto Predial e Territorial Urbano), segundo a lei o valor dos imóveis estariam defasados e com isso o valor do IPTU não estaria de acordo, alguns imóveis teriam sido avaliados em 1976, com isso a prefeitura estaria sendo prejudicada com a arrecadação menor do IPTU desses imóveis. O aumento será maior nos imóveis localizados no centro da cidade, podendo chegar ate 40% a mais do valor que hoje é pago. Fica uma dúvida onde estaria sendo usado o valor da arrecadação atual.
De acordo com o Portal de Transparência do município foi arrecado no valor total  em 2011  R$ 36.895.088,74, em 2012 R$ 40.957,343,09 e em 2013 R$ 45.689.127,03. Em 2014 até novembro já se arrecadou R$ 45. 924.259,30. Como se vê, do ultimo ano do mandato anterior, para o primeiro e segundo ano da atual administração houve um aumento em cada ano de R$ 6.000.000,00 e para o orçamento de 2015 é de mais de R$ 50.000.000, conforme foi publicado no Jornal Noroeste. Além disso,  foi aprovado aumento no FPM (fundo de participação dos municípios) em 1%, foi repassar para o município quase um milhão para 2015 e um milhão para 2016, conforme reportagem de ontem do Jornal O Diário. Acredito que nossos  vereadores não se atentaram a  esses valores que vêm aumentando desde 2011, por isso devem ficar atentos a necessidade deste aumento, visto que a atual administração fez pouquíssimas obras no município, dando prioridade ao  recape  que foi feito com dinheiro emprestado do Governo do Estado e algumas emendas dos Deputados a fundo perdido. Cadê os recursos próprios que aumentaram em mais de 10 milhões em 2013 e 2014. O gato comeu? Com a palavra a Administração!


E então senhores vereadores depois de vermos todos esses dados, será que não seria importante primeiro ver onde está sendo investido os valores recebidos para depois aprovar o aumento do IPTU, nesta noite vamos ver quais são os vereadores que estão a favor da população,  quais são os vereadores que não irão onerar ainda mais o povo. Clamamos a vocês que digam NÃO ao aumento do IPTU.