Ficarei um pouco mais na... Capelinha
Publicado na revista A REGIONAL 004 de Dezembro de 2009
(Carlos Rigonato)
“Magnum Populi Per Voluntatem”
Colchão de palhas
Travesseiro de penas que nada!
Gin Tônica e Cuba-libre me fizeram
Dormir foi na calçada
Sinval, Idenor, João Peres
João Marin com Gerson dando risada
O comércio abrindo suas portas
Nini e Oscarzinho no portão
Lau, Nusco e Chico Salles
Começou a gozação
Rosalina Gatto sorrindo
Levantou-me então pela mão
Entre imagens duplicadas
Os olhos remelentos ali
Vi dois meninos passando
Futuros doutores Mohamad e Ali
No outro lado da praça
Caminhando cheia de graça... Menina ainda Mali
Na Farmácia Santa Luzia
Manoel deu-me na veia injeção
Sai de lá refeito
Pronto para a incursão
Na saída logo eu vi
Nárdo, Zé Candido e Henricão
Depois do banho tomado
Naqueles chuveiros de corda a puxar
Glostora nos cabelos, sapatos Makerly
Lancaster a me perfumar
Blusão de couro, calça Far-west
Fui pra rua vadiar
Quanta coisa bonita
Casa Milanesa, Zé e Bira a nos saudar
Adelicio, Teodoro, Cardoso, Floro
Um cafezinho a tomar
Elizio, Atilio, Osvaldo e Olímpio
Ali só pra fofocar
Assisti “Bandeira” em continência
Com respeito aos pavilhões
“Pe-te-bê” em sua carroça
“Toda Hora” com seus botões
“Debrando”, canudos de jornal e gritos
Eram suas saudações
Subindo a Avenida encontrei
Cotrin, Fuchs, Teobaldo e Maran
Em frente ao Foto Esperança
Boni, Cardia, Ferro e Grespan
Lá no Posto do Riad
Prizon, Manzotti e Trevisan
Comi mortadela com limão
No balcão do Ferrarin
Vi carros novos brilhando
Tico, Pepe e Guandalin
Senti cheiro de madeira cortada
Abilio, Lúcio e Gandin
Ouvi barulho de motor
Era o caminhão do Gerolin
Mauricio sorridente
Serviu-me Crush e Grapette
No Tênis Clube assisti
Parra e Tom jogando basquete
Élcio, Élvio, Angelo, Jangada
Ensinando a dar manchete
Na linda rodoviária
Galinari, Gazolla e Pasquini
Na banca do Tutú
Jorginho, Hiran, Braguinha e Zanini
Engraxando sapatos estavam
Polizelli, Calegari e Romanini
Na fila comprando passagens
Koster, Scremin e Campanini
Entrei na jardineira
Romântica Viação São Bento
Toda simpatia de Jânio
Indicando a mim, o assento
Abrindo as janelas
Deixei-me inundar pelo vento
Denner ou Clodovil aqui
Apenas seria moldura
Porque Valda sempre sorrindo
Brindava-nos com alta-costura
Nos ternos bem cortados
Padoan e Ayer... Uma linda assinatura
Bil, Walter, Amauri e Odair
Tão belos e cheios de encantos
Deixaram a gente tão cedo
E a cidade toda em prantos
Porém ficará para sempre
Suas doces imagens, entre tantos
Terezinha, Marinês e Rita
Sempre elegantes até no olhar
Cleber, Geraldo e Amorim souberam
Seus corações conquistar
As jovens Cida e Therezinha
Geraldo e Ercilio, também souberam cativar
José, João, Nicola, Orlando e Dionísio
Cabelos sempre ajeitados
Abrão, Abdul e José
Orientais, suavemente americanizados
Walter, Rubes e Wanderlei
Sempre bem alinhados
Zeuno, Zilá, Zeydir e Zay
“Zes” de sutilezas e agrados
Élio e Terezinha sempre elegantes
Aqui fizeram história
Nelson e Leonor tão nobres
A eles nossa dívida é promissória
Ernesto e Olga nesta vida
Deixaram tão doce memória
Pedro e Luiza, tão amáveis
Fica aqui a dedicatória
No Fórum fui encontrar
Dr. Miguel na promotoria
Nas tribunas de júri, Dr. Gouveia
Sempre com muita sabedoria
Dr. Alfredo, um grande juiz
Assim a justiça acontecia
Em Deus quero recordar
Tão gentis os Metodistas
Ancião Josias na Congregação
A Fé dos Adventistas
Os Presbiterianos, Darci na Assembléia
Jair e os irmãos Batistas
Não sobrou nenhuma pedra
Da antiga prefeitura
Fica então a lembrança de Emilio
E sua doce figura
De Mazur e de seus mapas
Uma correta arquitetura
Tantas estórias do café...
Aqui se criou o rei Manoel
Que de óculos escuros
Descia do seu corcel
Pisando firme e seguro
Sempre fazia um tropel
Mas com os pobres
Diziam ser sempre muito fiel
Dona Maria e Joaquim, Seu Jove e Edith
Visitei na Pompéia festeira
Manuel e Luzia, Luiza e Aristides
Encontrei na Vila Silveira
Sebastião e Luzia, Maria e João
Estavam na Garça brejeira
Emilia e Zé Cassiano, Joãozinho Padeiro e Ana Rosa
Avistei na Regina, rainha, faceira
Hideo e Nobuko, Shigeharo e Kinuko
Na Japonesa linda igual flor de cerejeira
No Aero Willis do Ferrari
Fui pro campo passear
Na Bela Vista Longhin e Montina
Logo fui encontrar
Na Santa Terezinha
Avistei o Waldemar
Na estradinha do Benália
A florada do café
Saindo pra Estrada Funda
Na Pirapitinga cheia de Fé
Na doce Vila Dossi
Para todos eu retiro meu boné
No Balestri, além deles
Gelson já dançava arrasta-pé
Ainda vejo o garotinho
Fazendo lindas bolinhas de sabão
E o brotinho de biquíni amarelinho
Que mal cabia na palma da mão
Quando ouço Diana e Oh Carol
Ainda dispara o coração
Eu me lembro com saudade
Aquele beijo que te dei
Descendo a Rua Augusta
Mil garotas eu namorei
Antes de devolver o teu retrato
Bem largado... Chorei
Vou tentar pela segunda vez
No quarto seguro descansar
Deixem-me sonhando
Tão cedo não quero acordar
Pra todos que gostaram
Até quando fevereiro chegar
OBS: ESTE BLOG SE SENTE MUITO FELIZ AO COLOCAR OS POEMAS DE CARLOS ALBERTO RIGONATO UM LEITOR ESPECIAL PARA MIM.
Carlinhos
ResponderExcluirQuem tem orgulho de ter o privilégio de estar em seu blog sou eu.
Por tudo que você representa de garra, de coragem e de caráter.
Feliz Natal e que 2010 seja o primeiro dos melhores anos da sua vida !