É incrível a quantidade de desgastes proporcionados por uma gestão errática, recheada de trapalhadas, que levaram o próprio governador a uma crise de imagem sem paralelo na história do estado.
Dos episódios negativos mais recentes, ao menos três merecem destaque especial: 1- a não adesão da Companhia Paranaense de Energia (Copel) ao programa de redução de energia, proposto pela presidenta Dilma Rousseff, devido questão política do PSDB ;2- o uso de aeronave alugada por empresa privada, em pleno horário de expediente, para assistir corrida de Kart ; 3- o não cumprimento de promessa de implantação de 33% da hora-atividade aos professores, que motivou aprovação de greve para o início do ano letivo de 2013.
Além desses pontos negativos, há outro observado pelo deputado federal Rubens Bueno (PPS), aliado de Richa, que é sentido pela população: ninguém sabe, ninguém viu até agora esse tal “choque de gestão” prometido pelo governador .
Quando não sobra incompetência em várias áreas, abunda-se a lentidão no governo como um todo refletindo na execução de obras e projetos. Aliás, que obras? Que projetos de impacto? Parece até que Richa ainda não tomou posse e que seu governo já ingressou no clima de final de feira. Para usar uma expressão do líder de Richa na Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), “os molengas” tomaram conta do governo .
Se o governador Beto Richa continua na UTI, é correto afirmar que seu secretariado também segue o chefe nesse estado de total letargia.
A vitória do deputado Osmar Serraglio no PMDB, com a providencial ajuda da bancada estadual e de setores importantes do governo tucano , de certa forma, lança uma cortina de fumaça sobre a crise política que grassa o Palácio Iguaçu.
A “vitória compartilhada” no PMDB terá um custo elevadíssimo para Richa, em cargos. A banda que venceu mostrará uma fome impressionante, haja vista que são vários agrupamentos que se uniram numa frente anti-Requião. Por outro lado, será oportunidade única para o governador se livrar dos “molengas”, ou seja, de ampliar a reforma no secretariado.
Mesmo dando tudo que o PMDB pedir – secretarias, diretorias de estatais, dentre outros cargos e prebendas –, não há garantia alguma de que o partido apoiará o tucano em 2014. Como disse o ministro Paulo Bernardo (Comunicações), em outro momento, “Richa está comprando terreno na lua” , pois até as pedras de petit-pavé, que calçam a famosa Rua XV de Novembro, em Curitiba, sabem que os peemedebistas estarão na canoa da presidenta Dilma Rousseff (PT) e o governador na barca do correligionário mineiro Aécio Neves.
Além do “terreno na lua”, Richa acredita no sonho vendido por parte dos vitoriosos na convenção do PMDB: de que é possível, sim, a coligação com o PSDB do Paraná .
Mas o que realmente importa aos estrategistas do Palácio Iguaçu é tirar Requião da jogada de 2014.
Entretanto, o senador ainda será muito útil como instrumento de pressão no PMDB ora contra Richa, ora contra a ministra Gleisi Hoffmann (PT), que se prepara para disputar o governo. E se o tucano e a petista desprezarem os deputados? Não tem problemas, convoca-se Requião! E segue o baile até 2014…
Por: Blog Esmael Morais
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