Em 14 das 30 cidades da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep), o índice de crianças de 10 a 15 anos que trabalham é maior que a média nacional. Dez municípios têm porcentuais superiores à média do Paraná. Os dados são do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e não indicam quantos adolescentes trabalham na condição de aprendiz - a partir dos 14 anos.
Ângulo, segundo o IBGE, têm o maior índice da Amusep. Na cidade de 2,8 mil moradores, 19,26% dos que têm entre 10 e 15 anos estão no mercado de trabalho, e a maioria desenvolve atividades na agricultura, pecuária, produção industrial, pesca ou aquicultura.
A secretária de Assistência Social de Ângulo, Ana Rosa Laureano, diz que o município oferece atividades socioeducativas no contraturno aos menores de 17 anos, mas apenas os mais jovens se interessam pelo projeto. “Os de 16 e 17 anos já querem trabalhar para ter dinheiro e consumir. Assim, trabalham durante o dia e estudam à noite.”
Em Maringá, 5,31% de crianças e adolescentes de 10 a 15 anos trabalham. Os relatórios do censo apontam que ter um emprego não os impede de frequentar a escola e que o número dos que estudam é oito vezes maior do que os que não assistem às aulas. No ano passado, segundo a Secretaria de Assistência Social e Cidadania, 500 crianças e adolescentes deixaram de fazer parte das estatísticas de trabalho infantil e foram incluídas no Peti.
O mapa de indicadores do trabalho infantil foi divulgado pelo IBGE no fim do mês passado, a pedido do Ministério Público do Trabalho, da Organização Internacional do Trabalho e dos ministérios do Desenvolvimento Social e do Trabalho e Emprego. O banco de dados traz informações de todos os municípios brasileiros.
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