segunda-feira, 28 de junho de 2010

Após escândalo, MEC exclui Uningá do Prouni

Fonte: Gazeta do Povo

Decisão foi publicada nesta segunda-feira, no Diário Oficial da União. Novas bolsas não poderão ser concedidas a partir de agora. Quem já é bolsista, porém, não terá prejuízo

O Ministério da Educação (MEC) desvinculou a Faculdade Ingá (Uningá), envolvida em um escândalo de concessão de bolsas de estudo a alunas ricas, do Programa Universidade para Todos (Prouni). A decisão, tomada pela Secretaria de Educação Superior do MEC, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda-feira (28).

De acordo com a assessoria de imprensa do MEC, nenhum aluno poderá receber bolsas de estudo na instituição a partir de agora. No entanto, os atuais 240 bolsistas poderão concluir os respectivos cursos normalmente. A Uningá tem prazo de dez dias para recorrer da decisão.

A medida é resultado do processo administrativo que o MEC abriu para apurar a concessão das bolsas, denunciada pelo Fantástico, em reportagem exibida no dia 2 de maio. A matéria mostrava que três alunas de classe alta, com carro e casa com piscina, eram beneficiadas pelo Prouni desde 2008.

As informações levantadas pelo MEC serão repassadas ao Ministério Público Federal e à Advocacia Geral da União, que decidirão sobre o ressarcimento do dinheiro das bolsas irregulares e responsabilização dos envolvidos.

Outro lado

O JM entrou em contato com a Uningá e foi informado de que o diretor administrativo, Paulo Barbosa, responsável por comentar o assunto, estava em reunião.

Entenda o caso
A matéria do Fantástico denunciou que três universitárias de classe alta de Maringá recebiam bolsas do Prouni desde 2008. Com a suspeita de irregularidade, o MEC instaurou um processo administrativo para apurar o caso, que culminou na desvinculação da faculdade. Segundo a reportagem, Belisa Stival, Camila Colombari Medeiros e Milena Lacerda Colombari deixaram de pagar, juntas, quase R$ 300 mil em mensalidades - cada aluno de medicina da Uningá paga R$ 3,2 mil por mês.

As alunas tinham, ainda, outro benefício: a chamada bolsa permanência. É uma espécie de mesada, de R$ 300 por mês. O dinheiro vai para a conta de alunos com bolsa integral de cursos que tenham seis horas ou mais de aulas por dia.

Elas tinham relações com a diretoria da Uningá. Belisa é filha de Ney Stival, o diretor de ensino da Uningá. Camila é filha de Vânea Colombari, coordenadora de cursos profissionalizantes. Milena é sobrinha de Vânea.

A faculdade cancelou o benefício de Belisa e Camila no dia 30 de abril, dois dias antes de a reportagem ser exibida. Já Milena pediu para deixar o Prouni no dia 4 de maio. Elas podem ainda ser alvo de processo criminal, já que a Polícia Federal investiga o caso.

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