quinta-feira, 6 de maio de 2010

“Capelinha... Os trabalhos”

(Carlos Rigonato)

Estou no Clube Royal
Depois, Rádio Sociedade
Os camarotes lotados
Acolhendo a mocidade
“Conjunto de Ritmo” no palco
Embalando nossa cidade

Nelson, Mirate, Alfredo
Nos metais
Antonio do banjo, Bentinho na sanfona
E o público querendo mais
Ari no violão, Avahy na bateria
Milton no violino é demais!

Nas estantes para as partituras
O nome do conjunto brilha
Os ternos brancos dos artistas
Nas mãos uma cigarrilha
No clube a decoração
Tudo é maravilha

Casais na pista animados
Som de canções que se eternizam
Glenn Miller, Ray Conniff
A todos eletrizam
Ficam todos enamorados
Casamentos se oficializam

Cidinha que virou Ci
Sempre elegante observava
Qualquer deslize de alguém
Tudo logo anotava
Os mexericos no jornal
Ela sempre publicava

Que tempo delicioso
As magrinhas não tinham vez
Podia ser loira ou morena
Não importava a cor da tez
Pernas grossas é que valia
Com cinturinha, que esbeltez!

Início dos anos sessenta
Todas as idéias fervilhavam
Quatro rapazes em Liverpool
Só no Cavern Club tocavam
Um jovem chamado Roberto
Com outros cabeludos já cantavam

Um tempo novo se abriu
Eu ainda um menino
No escritório de advocacia
Trabalhei com Dr. Saturnino
Hiran, Vagner na contabilidade
Bar Marabá, delicioso Capucino


De onde eu via esse mundo
Um horizonte se descortinava
A construção da nova rodoviária
Do cartório eu observava
O mundo parecia um formigueiro
Uma larga estrada se apresentava

Amizades eternas se fizeram
Por conta de gratidão
Tantas pessoas especiais
Nunca me negaram a mão
Seu Ernesto e Dona Olga
Prá sempre minha afeição

Sete anos da minha juventude
Um alicerce, uma boa semente
As idas ao fórum, aos bancos, ao correio
Fizeram-me crescer imensamente
Hoje olho com saudade
Mas o futuro me faz presente

Noroeste com Alcides e Nelson
Sentia-me um Shakespeariano
Mikiro, Valdevino, Ésio e Tarcisia
Trabalhando durante um ano
Sob a batuta de Silas,
Méchia, Chico, Osvaldo e Caetano

Amizades que me acompanham
Até os dias atuais
Porque sempre cada encontro
São como sinais
Tornando a todos pelas almas
Meninos imortais

Banestado: Orlando, Delfino e Leonardo
Jurandir e Irineu
Nelson Tergal atrasado nos balanços
Alegria com as piadas do Sideo
Juarez, Pasquini, Maurilio
Gino, Leivinha e eu!

Finais de semana
Jogos na Vila Dossi, no Barão
Balestri, Santa Therezinha e Placa Zacharias
Do gerente vinha sempre a instrução:
No futebol vocês podem ganhar
Mas pros velhos no truco, perderão.

Banco do Brasil
Deu-me posse Seu Valino
Dia 20 de dezembro de 1973
Primeiro chefe, Saturnino
Nos jogos já brigava
Com o companheiro Albino
Por Idenor, Bigaton e Neuzo
Na Comercial fui recebido
Arquimedes, Boechat e Carmo
Vejo na Rural e fico agradecido
Com Clóvis, Paulão, Tanaka, Lauro e Anízio
Lembrar seus nomes me deixa comovido

Onze caixas atendiam
Os mais novos eram Silvestre e Baylão
Com William, Evaldo, Guena
Hermes, Benhossi, João
Geter, Paulinho, Adroaldo
Olhar atento do Garcia e apoio do Henricão

Cadastro era com Vardeco e Valdirzinho
Fiscais eram Getúlio, Amorim e Pirajú
Retaguarda sempre impecável
Com o sempre sorridente Tutu
A colônia japonesa
Bem representada por Seiu

Sinval muito querido
Fazia a folha de pagamento
Principalmente no dia 20
Acabava com nosso sofrimento
Judith primeira mulher
Adonias cuidava do equipamento

Os carinhos tão gostosos
Na hora do lanche se faziam
Zé da Cantina e Iraci
Com sorriso a todos recebiam
Vigilantes sempre simpáticos
Pedrão e Zé Thomaz nos protegiam
Depois com Vera, Hermes e Zanini
Um escritório polivalente
Então com minha família
Experimentei um novo batente
Ivanete, Ju, Dudu e Neuza
Alimentamos tanta gente

Com Gerson logo depois
Fomos pra prefeitura
Com Mali um ano de trabalho
O sonho da avicultura
Agora no Regional com Edemar
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